Cirurgia de Tireoide

A tireoide é a glândula localizada na parte anterior do pescoço que produz os hormônios que regulam o metabolismo do corpo. A cirurgia pode ser indicada para nódulos malignos ou suspeitos, assim como nódulos benignos volumosos (bócio) ou doença que produza excesso de hormônios.

A cirurgia de tireoide pode ser realizada retirando toda a glândula ou apenas parte dela, na tentativa de preservar a função do órgão de produção hormonal.

Técnica Convencional

Na técnica convencional, é realizada uma incisão horizontal na região central do pescoço que pode ser prolongada para os lados em caso de necessidade de retirada concomitante de linfonodos.

Técnica TEOTVA

Já na técnica da TEOTVA (transoral endoscopic thyroidectomy vestibular approach) é realizada a incisão na parte interna do lábio inferior, evitando a cicatriz aparente na região do pescoço. Utilizamos trocateres e uma câmera para realizar a cirurgia, de maneira semelhante ao que já é realizado há muitos anos nas cirurgias abdominal por videolaparoscopia.

Essa técnica possui algumas limitações para ser realizada como a anatomia do pescoço e queixo do paciente desfavoráveis, tamanho da glândula ou extensão da doença a ser tratada.

Além disso, usualmente não é contemplada no rol de tratamento cobertos pelos planos de saúde.

Quais técnicas podem ser utilizadas?

Quais são as complicações possíveis?

Citamos como possíveis complicações específicas da cirurgia de tireoide:

  1. Alterações da voz no pós-operatório pela manipulação dos nervos laríngeos recorrentes (responsáveis pela movimentação das cordas vocais). Incidência de 1 a 5 % de maneira temporária e menor que 2% de maneira definitiva. Esse risco é maior em casos de tumores avançados ou bócios de grande tamanho. Esse risco pode ser diminuído com técnica cirúrgica adequada, bom controle de sangramento intraoperatório para melhorar a visibilidade do nervo, monitorização intraoperatória da função do nervo e pinça de selamento de vasos bipolar avançado ou ultrassônica.

  2. Alterações do nível de cálcio no sangue pela manipulação ou retirada das glândulas paratireoides. Incidência de 10 a 15% de maneira temporária e de menos de 3% de maneira definitiva. Esse risco também é maior nos casos de tumores avançados e bócios de grande tamanho.nEm caso de retirada inadvertida ou dano aos vasos sanguíneos que nutrem as paratireoides, pode ser realizado reimplante das glândulas para recuperação da função.

  3. Pela técnica de TOETVA, pode ocorrer dormência na região do lábio inferior, pela manipulação dos nervos mentonianos, de maneira temporária ou mais raramente definitiva.

  4. Outras complicações comuns a todas cirurgias como dor, sangramento, infecção, acúmulo de líquido e inchaço na região operada, cicatriz hipertrófica ou queloides.

  5. Sempre que houver sido retirada toda a glândula (e em alguns casos de retirada parcial), há necessidade de reposição de hormônio na forma de comprimido por toda a vida. A falta de hormônio da tireoide pode causar cansaço, sonolência, lentificação mental, constipação intestinal, enfraquecimento de unhas e cabelos, retenção de líquidos entre vários outros sintomas.

Profissional especializado

De maneira geral, a cirurgia de tireoide é muito segura quando realizada por profissional especializado: o Cirurgião de Cabeça e Pescoço.

REFERÊNCIAS

1. Chiang F, Wang L, Huang Y, et al: Recurrent laryngeal nerve palsy after thyroidectomy with routine identification of the re- current laryngeal nerve. Surgery 2005;137:342–347.

2. Ozbas S, Kocak S, Aydintug S, et al: Comparison of the compli- cations of subtotal, near total and total thyroidectomy in the sur- gical management of multinodular goitre. Endocr J 2005;52: 199–205.

3. Filho JG, Kowalski LP: Surgical complications after thyroid surgery performed in a cancer hospital. Otolaryngol Head Neck Surg 2005;132:490–494.